segunda-feira, 11 de abril de 2011

METODOLOGIA DE ENSINO

            A metodologia de ensino procura apresentar roteiros para diferentes situações didática, conforme a tendência/corrente pedagógica adotada pelo professor/instituição, de forma que o aluno se aproprie dos conhecimentos propostos e/ou apresente suas pesquisas e demais atividades pedagógicas.
A análise da prática pedagógica tem demonstrado que só serão possíveis mudanças significativas na educação brasileira, à medida que o professor  tiver uma compreensão profunda da razão de ser da sua prática e uma clara  opção política acerca do seu ato pedagógico.
            Embora muitos professores sintam que têm um papel importante na determinação de mudanças significativas no processo de ensino, frustam-se quando, na busca de alternativas, nem sempre conseguem bons resultados. Se na sua prática cotidiana o professor percebe que a metodologia adotada favorece apenas alguns alunos, em detrimento de outros ou da maioria, é preciso que ele compreenda e tenha claro o porquê disso, a que alunos este método favorece e porque os favorece. Sem essa compreensão, dificilmente conseguirá mudanças que levam a resultados significativos.

            Vejamos alguns pontos chaves:
·         A necessidade de que o aluno tenha participação ativa no processo ensino-aprendizagem.
·         Critérios de escolha a ser considerado, conforme o quadro a seguir.



OBJETIVOS EDUCACIONAIS



EXPERIÊNCIA DIDÁTICA DO PROFESSOR

ESTRUTURA DO ASSUNTO E TIPO DE APRENDIZAGEM ENVOLVIDO


ESCOLHA DE ATIVIDADES DIDÁTICAS



ETAPA NO PROCESSO DE ENSINO



CONTRIBUIÇÕES E LIMITAÇÕES DAS ATIVIDADES DE ENSINO





TEMPO DISPONÍVEL
ACEITAÇÃO E EXPERIÊNCIA DOS ALUNOS







FACILIDADES FÍSICAS




·         Cada atividade tem um potencial pedagógico diferente e limitações específicas.
·         Não se pode oferecer uma receita didática, mas apenas conceitos e tipologias.

            Alguns dos importantes subsídios de escolha são:
·         O objetivo de ensino é o definidor dos critérios de seleção e organização dos métodos e técnicas.
·         A estrutura do assunto a ser ensinado determina o tipo de atividade.
·         As características próprias das atividades de ensino.
·         A etapa no processo de ensino determina o tipo de atividades mais indicado.
·         Tempo e as facilidades físicas disponíveis.

O aluno deve desenvolver as capacidades de:
·         Observar
·         Analisar
·         Teorizar
·         Sintetizar
·         Aplicar e transferir o aprendido
As atividades metodológicas desenvolvidas devem ser combinadas, de forma simultânea ou seqüencial, oferecendo ao aluno a oportunidade de  perceber e analisar o assunto sob diversos ângulos.
É importante ressaltar que há diferenças no grau de liberdade de opção das técnicas a serem utilizados pelos professores. Havendo um maior controle no 1º e 2º ciclo e maior liberdade nos demais ciclos de ensino, por parte da coordenação pedagógica.
Nas condições objetivas de trabalho docente, falta tempo e espaço para refletir com seus colegas sobre a experiência pedagógica de cada um e o estudo de um instrumental teórico sistematizado que auxilie na compreensão da razão de ser dos problemas enfrentados. Pode-se notar, na variedade de técnicas de ensino, um ecletismo devido às diversas teorias pedagógicas que lhe deram origem.
Segundo VASCONCELLOS (1999, p. 147) de acordo com a teoria do conhecimento que fundamenta o trabalho do professor, considera como referência a concepção dialética de conhecimento, destacando a problematização como elemento nuclear na metodologia de trabalho em sala de aula. Se forem adequadamente captadas, as perguntas deverão provocar e direcionar de forma significativa e participativa, o processo de construção do conhecimento por parte do aluno, sendo também um elemento mobilizador para esta construção. Nesse sentido, ao preparar a aula, o professor já poderia destacar as possíveis perguntas e problemas desencadeadores para a reflexão dos alunos.
            De acordo com VILARINHO (1985, p. 52) os métodos de ensino apresentam três modalidades básicas:
-          Métodos de ensino individualizado: a ênfase está na necessidade de se atender às diferenças individuais, como por exemplo: ritmo de trabalho, interesses, necessidades, aptidões, etc., predominando o estudo e a pesquisa, o contato entre os alunos é acidental.
-          Métodos de ensino socializado: o objetivo principal é o trabalho de grupo, com vistas à interação social e mental proveniente dessa modalidade de tarefa. A preocupação máxima  é a integração do educando ao meio social e a troca de experiências significativas em níveis cognitivos e afetivos. 
-          Métodos de ensino sócio-individualizado: procura equilibrar a ação grupal e o esforço individual, no sentido de promover a adaptação do ensino ao educando e o ajustamento deste ao meio social.
O quadro a seguir sugere a escolha das técnicas em função dos objetivos a atingir.

Modalidades Básicas
Técnicas
Aplicações
Individualizado
Estudo Dirigido
Estimular método de estudo e pensamento reflexivo.
Levar a autonomia intelectual.
Atender a recuperação de estudos.
Ensino por fichas
Revisão e enriquecimento de conteúdos
Instrução programada
Apresentação de informações em pequenas etapas e seqüência lógica.
Fornece recompensa imediata e reforço.
Permite que o aluno caminhe no seu ritmo próprio.
Ensino por módulos
Leva o estudante a responsabilidade no desempenho das tarefas propostas.
Propõe ao aluno os objetivos a serem atingidos e variadas atividades para alcançar esses objetivos.
Socializado
Discussão em pequenos grupos
Estudo de casos
Troca de idéias e opiniões face a face.
Resolução de problemas.
Busca de informações.
Tomada de decisões.
Discussão 66 ou Phillips 66
Revisão de assuntos.
Estímulo à ação.
Troca de idéias e conclusão
Painel
Definir pontos de acordo e desacordo.
Debate, consenso e atitudes  diferentes (assuntos polêmicos)
Painel Integrado
Troca de informações.
Integração total (das partes num todo).
Novas oportunidades de relacionamento.
Grupo de cochicho
Máximo de participação individual.
Troca de informações.
Funciona como meio de incentivação.
Facilita a reflexão.
Discussão dirigida
Solução conjunta de problemas.
Participação de todos os
Brainstorming
Criatividade (Idéias originais).
Participação total e livre.
Seminário
Estudo aprofundado de um tema.
Coleta de informações e experiências.
Pesquisa, conhecimento global do tema.
Reflexão crítica.



Modalidades Básicas
Técnicas
Aplicações

Socializado
Simpósio
Divisão de um assunto em partes para estudo.
Apresentação de idéias de modo fidedigno.
O grupão faz a conferência do que foi apresentado.

GVGO ou Grupo na Berlinda
Verbalização.
Objetividade na discussão de idéias.
Capacidade de análise e síntese.

Entrevista
Troca de informações.
Apresentação de fatos, opiniões e pronunciamentos importantes.

Diálogo
Intercomunicação direta.
Exploração, em detalhe, de diferentes pontos de vista.

Palestra
Exposição menos formal de idéias relevantes.
Sistematização do conteúdo.
Comunicação direta com o grupão.
Dramatização
Representação de situações da vida real.
Melhor rendimento e compreensão dos elementos.
Sócio-individualizado
Método de Projetos
Realiza algo de concreto.
Incentiva a resolução de problemas sugeridos pelos alunos.
Exige trabalho em grupo e atividades individuais.
Método de problemas
Desenvolve o pensamento reflexivo.
Desenvolve o pensamento científico.
Unidades didáticas
Compreensão do “todo” a ser estudado.
Incentivo ao aluno e a criatividade, flexibilidade nas atividades.
Permite organização do conteúdo aprendido.
Unidades de Experiências
Aplicação do conceitos teóricos na prática.
Permite ao aluno uma análise crítica e a reconstrução da experiência social.
Pesquisa como atividade discente
Desenvolve o gosto pelo estudo científico.
Leva o aluno a distinguir a pesquisa pura da aplicada.
Utiliza-se de diversas técnicas de coleta de dados.
Utiliza-se do método científico.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1.      ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências.  Petrópolis: Vozes, 2000.
2.      BORDENAVE, Juan Díaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de Ensino-Aprendizagem. Petrópoliz: Vozes, 1989.
3.      MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática Teórica e Didática Prática: para além do confronto. São Paulo: Loyola, 1989.
4.      MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2001.
5.      NÉRICI, Imídeo Giuseppe. Metodologia do Ensino: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1981.
6.      RAMOS, Cosete. Sala de aula de qualidade total. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1995.
7.      VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. São Paulo: Libertad, 1999.
8.      VILARINHO, Lúcia Regina Goulart. Didática: Temas Selecionados. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1985.
                                                            

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