São pessoas que estão ali para conhecer a Deus e aprender a amá-lo, ouvindo sobre seus feitos e descobrindo como podem servi-lo, honrá-lo e fazer a sua vontade. São pessoas que foram ali colocadas por Deus para serem influenciadas e ajudadas por aquele professor.
Existem alguns princípios que descrevem a maneira como pessoas aprendem como chegam a experimentar mudanças em suas vidas. Esses princípios poderão auxiliar o professor, principalmente de Jovens e Adultos na orientação de seus alunos.
OS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO
Princípio do interesse pessoal - É o modelo de ensino em que o professor ouve e dialoga com os alunos, levanta as suas necessidades e procura atendê-las, dedicando-lhes tempo fora da sala de aula.
Princípio da confiança no professor - É o modelo de ensino em que o professor adquire a confiança dos alunos em sua capacidade, competência e cuidado no planejamento da aula e no qual o professor acompanha o aluno do princípio ao fim do curso.
Princípio da reflexão. E o modelo de ensino em que o professor faz perguntas que permitam ao aluno refletir criticamente em mais de uma possibilidade de resposta. Nessa procura, o aluno analisa as experiências anteriores e busca novas informações que o ajudem a esclarecer, explicar e validar a nova experiência e a justificar ou eliminar as crenças existentes.
Princípio do respeito e igualdade - É o modelo de ensino em que o aluno reconhece o respeito do professor por ele, sente-se aceito e desenvolve um relacionamento de respeito com aquele professor, vendo-se no mesmo nível de igualdade que ele. O aluno expressa-se com maior liberdade, fica à vontade para expor suas dúvidas, fazer perguntas e conversar sobre suas idéias. Ele acredita que o professor não irá censurá-lo ou constrangê-lo com julgamentos sobre sua capacidade cognitiva, mas irá ajudá-lo a se expressar melhor.
Princípio da responsabilidade pela própria aprendizagem - É o modelo de ensino no qual o professor, ao final de cada aula ou encontro educacional, oferece ao aluno oportunidades de decidir sobre a maneira como poderá usar efetivamente a nova habilidade adquirida, decidir como ela contribui com os seus conhecimentos anteriores e qual a utilidade que ela tem ou terá em sua vida.
Princípio da experiência - É o modelo de ensino em que o professor solicita aos alunos que contem suas histórias, suas esperanças e seus medos, ou que simplesmente expressem suas expectativas no evento educacional e interpretem esses dados para formar novos paradigmas de comportamentos.
Princípio da modelação - E o modo de ensino no qual o professor apresenta aos alunos um modelo (podendo ser ele próprio este modelo) a ser seguido, através do qual novo tipo de comportamento é adquirido e padrões existentes são modificados.
Princípio da equilibração e desequilibração - E o modelo de ensino em que o professor ajuda o aluno em desequilíbrio (insatisfeito com a situação presente) a refletir em novas perspectivas e a não se acomodar na aprendizagem já adquirida, dando-lhe a oportunidade de encontrar novos conceitos, para viver novas experiências educacionais, na tentativa de reequilibrar-se.
Princípio do reforço positivo - É o modelo de ensino no qual o professor apresenta ao aluno um incentivo como resposta a um comportamento expresso, com o objetivo de motivá-lo a prosseguir, dando ao aluno confiança em sua própria capacidade, estimulando-o a produzir e a repetir o comportamento que originou o reforço.
Princípio dos objetivos educacionais - E o modelo de ensino no qual o professor expressa que mudança ele deseja que os seus alunos experimentem em conseqüência de suas aulas, possibilitando-lhe avaliar se a aprendizagem foi realmente alcançada e fornecendo aos alunos meios de canalizarem seus esforços para alcançar metas definidas.
Se ao se relacionar com seus alunos o professor tiver em mente esses princípios educacionais, provavelmente terá muito maior possibilidade de ajudá-los a crescer no conhecimento de Deus.
OBJETIVOS EDUCACIONAIS para o ensino de Jovens e Adultos
Além do relacionamento pessoal, o professor deve se preparar para facilitar a aprendizagem de seus alunos, oferecendo-lhes momentos de participação e prática em suas aulas. Para tanto, ele precisa ter em mente aquilo que deseja que seus alunos aprendam. Ao preparar sua aula, o professor deve se perguntar:
"Que mudança quero que meus alunos experimentem em conseqüência da aula que irei ministrar?"
Essas mudanças são expressas em termos de objetivos educacionais. Benjamin Bloom e seus colaboradores desenvolveram uma hierarquia de objetivos educacionais que auxiliam o educador no preparo e ministração de aulas. Abaixo estão listados os objetivos a partir do segundo nível da hierarquia. Cada objetivo vem acompanhado de atividades, ou seja, como o professor pode ajudar o aluno a atingir esses objetivos.
Compreensão ou entendimento - Capacidade de explicar ou mudar a forma das informações recebidas.
Exemplos:
A. Pedir ao aluno para reafirmar uma idéia bíblica com suas próprias palavras.
B. Pedir aos alunos que sugiram palavras que signifiquem o oposto de certas palavras chaves (antônimo).
C. Pedir aos alunos que escrevam uma definição provisória de determinados conceitos.
Aplicação ou transferência - Capacidade de usar em novas situações a informação recebida; transferir a informação para outro contexto.
Exemplos:
A. Pedir ao aluno que diga como uma determinada situação quebra certo princípio bíblico.
B. Pedir ao aluno que demonstre o uso de um princípio bíblico.
C. Pedir ao aluno que antecipe o que acontecerá se uma pessoa quebrar um princípio bíblico.
D. Perguntar o aluno o que faria numa determinada situação, sendo dado um certo princípio bíblico.
Análise - Capacidade de dividir a informação em partes.
Exemplos:
- Pedir que o aluno faça um esboço de um texto bíblico.
- Pedir que o aluno prove ou desaprove uma idéia.
- Pedir que os alunos detectem os erros de lógica num diálogo ou numa leitura.
- Pedir que os alunos reconheçam repetições de conceitos-chave num livro ou trecho bíblico.
- Pedir que os alunos deduzam o ponto de vista do autor e seu propósito num determinado livro da Bíblia.
Síntese - Capacidade de criar nova forma de informação colocando as partes juntas.
Exemplos
- Pedir que os alunos componham uma peça, uma poesia, uma música ou uma história que reflita ou contextualize o assunto bíblico.
- Pedir que os alunos proponham maneiras de aplicar um princípio teológico.
- Pedir aos alunos que contem uma experiência pessoal e que expliquem o relacionamento entre essa experiência e o princípio teológico.
- Pedir que os alunos proponham uma maneira de fazer um levantamento que descreva os obstáculos cotidianos à aplicação do princípio teológico.
- Pedir que os alunos prevejam algumas conseqüências ou implicações de um princípio teológico.
Avaliação - Capacidade de julgar valores baseado em princípios.
Exemplos:
- Pedir aos alunos que classifiquem itens em ordem de valor ou importância.
- Apresentar um estudo de caso. Pedir que os alunos identifiquem as falácias naquilo que o caso apresenta em comparação com o princípio em estudo.
- Pedir aos alunos que indiquem os erros de lógica numa apresentação.
- Pedir aos alunos que digam se concordam ou discordam de uma colocação à luz de um texto bíblico e que justifiquem as suas respostas.
- Pedir aos alunos que façam uma avaliação dos valores da nossa cultura ou dos seus lares que estejam facilitando ou impedindo a aplicação de uma verdade bíblica.
As oportunidades de participação que o professor oferece a seus alunos em sala de aula poderão ser decisivas na compreensão que eles terão da vontade de Deus e da maneira como obedecer-lhe. Esta participação são as atividades de aprendizagem. Podem ser jogos, perguntas, brincadeiras, etc. E preciso ter em mente o objetivo educacional, a mudança que se deseja do aluno e oferecer a ele meios de alcançar aquela mudança. Estão alistadas abaixo algumas atividades de aprendizagem, que podem ser utilizadas nas mais variadas situações em sala de aula. Deve-se tomai- cuidado, no entanto, para que as atividades sejam relacionadas ao tema e ao objetivo da aula, para que não se tornem em apenas uma brincadeira.
SUGESTÕES:
1. COM OUEM EU ME IDENTIFICO
Escreva o nome do personagem bíblico com quem você mais se identifica, acompanhado de 2 pontos fortes e 2 pontos fracos que caracterizam este personagem, e que você acha que também possui. Depois preencha o quadro abaixo:
Pontos fortes Pontos fracos
Meus pontos fracos Como Deus pode usar
Meus pontos fortes Como Deus pode usar
2. ÁREAS DA VIDA
Peça aos alunos que pensem no tempo que gasta cada uma das atividades abaixo e relacionem, colocando em primeiro lugar a que gasta mais tempo, e assim sucessivamente.
1 - Trabalho secular
2. Relacionamento com familiares próximos
3. Estudos
4. Relacionamento com não-crentes
5. Compromisso com a igreja
6. Lazer
7. Relacionamento com os irmãos em Cristo
8. Finanças
9.Tempo gasto em conversas com Deus
10. Outro
1.
2.
3.
3. PARA COMPLETAR
Entregue ao aluno sentenças incompletas para que ele complete, por exemplo:
- No sábado, eu quero fazer
- Se eu só tivesse 24h de vida
- Se eu tivesse meu próprio carro
- Se eu tivesse um milhão de dólares
- Eu me sinto melhor quando as pessoas
4. 48 HORAS PERFEITAS
O professor diz: Projete-se no futuro, alguns anos, a partir de amanhã. Agora imagine dois dias que seriam ideais para você. Imagine quais seriam as melhores possibilidades para você usar essas 48 horas. Lembre-se que você tem apenas 48 horas para executar seu sonho. O que seria perfeito para você nestas 48 horas?
Após as respostas, peça que os outros avaliem a possibilidade ou não de se executar essas tarefas no tempo proposto e como esse sonho poderia contribuir para ajudar outras pessoas.
5. APLICAÇÕES E DISTORÇÕES
Após a leitura de um texto bíblico, pergunte quais são as ordens (mandamentos, vontade de Deus, lições) que estão evidentes no texto. Peça que seus alunos alistem as maneiras como podem obedecer (aplicações) e as maneiras como podem desobedecer (distorções) às ordens encontradas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barnabé, Marinalva. (1 997). As contribuições do discipulado para a mudança de comportamento social, emocional e psicológico do novo convertido. Dissertação de mestrado, Faculdade Teológica Batista de Brasília, Brasília.
Bloom, Benjamin 5., Engelhart, Max D., Furst, Edward J., Hill, Walker H. & Krathwohl, David R. (1973). Taxionomia dos objetivos educacionais: Compêndio primeiro: domínio cognitivo. Porto Alegre:Globo.
Cranton, Patricia (1994). Understanding and promoting transfoi-mative learning: A guide for educators of adults. San Francisco: Jossey-Bass Publishers.
Ford, Leroy. Planejamento do ensino e treinamento. Rio: JUERP, 1991
Fonte
http://www.ebdweb.com.br/ensino/adultos3.htm
(Adaptado de Ensino Dinâmico para adultos de Marinalva Barnabé. É Mestre