quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ENSINO DINÂMICO

ESCOLA BIBLICA DOMINICAL

Um professor de Jovens e Adultos, na EBD, por vezes, sente-se impotente em atender a necessidades e anseios de seus alunos, por serem estes, em certos casos, pessoas que possuem níveis acadêmicos diferenciados. Em uma mesma classe é possível encontrar alunos que possuem grau de doutorado sentado lado a lado com pessoas que mal concluíram o 1º grau, principalmente nas classes de Jovens e Adultos.

São pessoas que estão ali para conhecer a Deus e aprender a amá-lo, ouvindo sobre seus feitos e descobrindo como podem servi-lo, honrá-lo e fazer a sua vontade. São pessoas que foram ali colocadas por Deus para serem influenciadas e ajudadas por aquele professor.

Existem alguns princípios que descrevem a maneira como pessoas aprendem como chegam a experimentar mudanças em suas vidas. Esses princípios poderão auxiliar o professor, principalmente de Jovens e Adultos na orientação de seus alunos.

OS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO
Princípio do interesse pessoal - É o modelo de ensino em que o professor ouve e dialoga com os alunos, levanta as suas necessidades e procura atendê-las, dedicando-lhes tempo fora da sala de aula.

Princípio da confiança no professor - É o modelo de ensino em que o professor adquire a confiança dos alunos em sua capacidade, competência e cuidado no planejamento da aula e no qual o professor acompanha o aluno do princípio ao fim do curso.

Princípio da reflexão. E o modelo de ensino em que o professor faz perguntas que permitam ao aluno refletir criticamente em mais de uma possibilidade de resposta. Nessa procura, o aluno analisa as experiências anteriores e busca novas informações que o ajudem a esclarecer, explicar e validar a nova experiência e a justificar ou eliminar as crenças existentes.

Princípio do respeito e igualdade - É o modelo de ensino em que o aluno reconhece o respeito do professor por ele, sente-se aceito e desenvolve um relacionamento de respeito com aquele professor, vendo-se no mesmo nível de igualdade que ele. O aluno expressa-se com maior liberdade, fica à vontade para expor suas dúvidas, fazer perguntas e conversar sobre suas idéias. Ele acredita que o professor não irá censurá-lo ou constrangê-lo com julgamentos sobre sua capacidade cognitiva, mas irá ajudá-lo a se expressar melhor.

Princípio da responsabilidade pela própria aprendizagem - É o modelo de ensino no qual o professor, ao final de cada aula ou encontro educacional, oferece ao aluno oportunidades de decidir sobre a maneira como poderá usar efetivamente a nova habilidade adquirida, decidir como ela contribui com os seus conhecimentos anteriores e qual a utilidade que ela tem ou terá em sua vida.

Princípio da experiência - É o modelo de ensino em que o professor solicita aos alunos que contem suas histórias, suas esperanças e seus medos, ou que simplesmente expressem suas expectativas no evento educacional e interpretem esses dados para formar novos paradigmas de comportamentos.

Princípio da modelação - E o modo de ensino no qual o professor apresenta aos alunos um modelo (podendo ser ele próprio este modelo) a ser seguido, através do qual novo tipo de comportamento é adquirido e padrões existentes são modificados.

Princípio da equilibração e desequilibração - E o modelo de ensino em que o professor ajuda o aluno em desequilíbrio (insatisfeito com a situação presente) a refletir em novas perspectivas e a não se acomodar na aprendizagem já adquirida, dando-lhe a oportunidade de encontrar novos conceitos, para viver novas experiências educacionais, na tentativa de reequilibrar-se.

Princípio do reforço positivo - É o modelo de ensino no qual o professor apresenta ao aluno um incentivo como resposta a um comportamento expresso, com o objetivo de motivá-lo a prosseguir, dando ao aluno confiança em sua própria capacidade, estimulando-o a produzir e a repetir o comportamento que originou o reforço.

Princípio dos objetivos educacionais - E o modelo de ensino no qual o professor expressa que mudança ele deseja que os seus alunos experimentem em conseqüência de suas aulas, possibilitando-lhe avaliar se a aprendizagem foi realmente alcançada e fornecendo aos alunos meios de canalizarem seus esforços para alcançar metas definidas.
Se ao se relacionar com seus alunos o professor tiver em mente esses princípios educacionais, provavelmente terá muito maior possibilidade de ajudá-los a crescer no conhecimento de Deus.

OBJETIVOS EDUCACIONAIS para o ensino de Jovens e Adultos

Além do relacionamento pessoal, o professor deve se preparar para facilitar a aprendizagem de seus alunos, oferecendo-lhes momentos de participação e prática em suas aulas. Para tanto, ele precisa ter em mente aquilo que deseja que seus alunos aprendam. Ao preparar sua aula, o professor deve se perguntar:
"Que mudança quero que meus alunos experimentem em conseqüência da aula que irei ministrar?"
Essas mudanças são expressas em termos de objetivos educacionais. Benjamin Bloom e seus colaboradores desenvolveram uma hierarquia de objetivos educacionais que auxiliam o educador no preparo e ministração de aulas. Abaixo estão listados os objetivos a partir do segundo nível da hierarquia. Cada objetivo vem acompanhado de atividades, ou seja, como o professor pode ajudar o aluno a atingir esses objetivos.

Compreensão ou entendimento - Capacidade de explicar ou mudar a forma das informações recebidas.
Exemplos:
A. Pedir ao aluno para reafirmar uma idéia bíblica com suas próprias palavras.
B. Pedir aos alunos que sugiram palavras que signifiquem o oposto de certas palavras chaves (antônimo).
C. Pedir aos alunos que escrevam uma definição provisória de determinados conceitos.

Aplicação ou transferência - Capacidade de usar em novas situações a informação recebida; transferir a informação para outro contexto.
Exemplos:
A. Pedir ao aluno que diga como uma determinada situação quebra certo princípio bíblico.
B. Pedir ao aluno que demonstre o uso de um princípio bíblico.
C. Pedir ao aluno que antecipe o que acontecerá se uma pessoa quebrar um princípio bíblico.
D. Perguntar o aluno o que faria numa determinada situação, sendo dado um certo princípio bíblico.

Análise - Capacidade de dividir a informação em partes.
Exemplos:
  1. Pedir que o aluno faça um esboço de um texto bíblico.
  2. Pedir que o aluno prove ou desaprove uma idéia.
  3. Pedir que os alunos detectem os erros de lógica num diálogo ou numa leitura.
  4. Pedir que os alunos reconheçam repetições de conceitos-chave num livro ou trecho bíblico.
  5. Pedir que os alunos deduzam o ponto de vista do autor e seu propósito num determinado livro da Bíblia.
Síntese - Capacidade de criar nova forma de informação colocando as partes juntas.
Exemplos
  1. Pedir que os alunos componham uma peça, uma poesia, uma música ou uma história que reflita ou contextualize o assunto bíblico.
  2. Pedir que os alunos proponham maneiras de aplicar um princípio teológico.
  3. Pedir aos alunos que contem uma experiência pessoal e que expliquem o relacionamento entre essa experiência e o princípio teológico.
  4. Pedir que os alunos proponham uma maneira de fazer um levantamento que descreva os obstáculos cotidianos à aplicação do princípio teológico.
  5. Pedir que os alunos prevejam algumas conseqüências ou implicações de um princípio teológico.
Avaliação - Capacidade de julgar valores baseado em princípios.
Exemplos:
  1. Pedir aos alunos que classifiquem itens em ordem de valor ou importância.
  2. Apresentar um estudo de caso. Pedir que os alunos identifiquem as falácias naquilo que o caso apresenta em comparação com o princípio em estudo.
  3. Pedir aos alunos que indiquem os erros de lógica numa apresentação.
  4. Pedir aos alunos que digam se concordam ou discordam de uma colocação à luz de um texto bíblico e que justifiquem as suas respostas.
  5. Pedir aos alunos que façam uma avaliação dos valores da nossa cultura ou dos seus lares que estejam facilitando ou impedindo a aplicação de uma verdade bíblica.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM para o ensino de Jovens e Adultos

As oportunidades de participação que o professor oferece a seus alunos em sala de aula poderão ser decisivas na compreensão que eles terão da vontade de Deus e da maneira como obedecer-lhe. Esta participação são as atividades de aprendizagem. Podem ser jogos, perguntas, brincadeiras, etc. E preciso ter em mente o objetivo educacional, a mudança que se deseja do aluno e oferecer a ele meios de alcançar aquela mudança. Estão alistadas abaixo algumas atividades de aprendizagem, que podem ser utilizadas nas mais variadas situações em sala de aula. Deve-se tomai- cuidado, no entanto, para que as atividades sejam relacionadas ao tema e ao objetivo da aula, para que não se tornem em apenas uma brincadeira.

SUGESTÕES:

1. COM OUEM EU ME IDENTIFICO
Escreva o nome do personagem bíblico com quem você mais se identifica, acompanhado de 2 pontos fortes e 2 pontos fracos que caracterizam este personagem, e que você acha que também possui. Depois preencha o quadro abaixo:
Pontos fortes                                                      Pontos fracos

Meus pontos fracos                                           Como Deus pode usar

Meus pontos fortes                                           Como Deus pode usar

2. ÁREAS DA VIDA
Peça aos alunos que pensem no tempo que gasta cada uma das atividades abaixo e relacionem, colocando em primeiro lugar a que gasta mais tempo, e assim sucessivamente.
1 - Trabalho secular
2. Relacionamento com familiares próximos
3. Estudos
4. Relacionamento com não-crentes
5. Compromisso com a igreja
6. Lazer
7. Relacionamento com os irmãos em Cristo
8. Finanças
9.Tempo gasto em conversas com Deus
10. Outro
1.
2.
3.

3. PARA COMPLETAR
Entregue ao aluno sentenças incompletas para que ele complete, por exemplo:
  1. No sábado, eu quero fazer
  2. Se eu só tivesse 24h de vida
  3. Se eu tivesse meu próprio carro
  4. Se eu tivesse um milhão de dólares
  5. Eu me sinto melhor quando as pessoas
Após todos completarem a tarefa, peça que leiam as respostas e que os demais digam se concordam ou não com elas e qual o princípio bíblico para a respostas.

4. 48 HORAS PERFEITAS
O professor diz: Projete-se no futuro, alguns anos, a partir de amanhã. Agora imagine dois dias que seriam ideais para você. Imagine quais seriam as melhores possibilidades para você usar essas 48 horas. Lembre-se que você tem apenas 48 horas para executar seu sonho. O que seria perfeito para você nestas 48 horas?
Após as respostas, peça que os outros avaliem a possibilidade ou não de se executar essas tarefas no tempo proposto e como esse sonho poderia contribuir para ajudar outras pessoas.

5. APLICAÇÕES E DISTORÇÕES
Após a leitura de um texto bíblico, pergunte quais são as ordens (mandamentos, vontade de Deus, lições) que estão evidentes no texto. Peça que seus alunos alistem as maneiras como podem obedecer (aplicações) e as maneiras como podem desobedecer (distorções) às ordens encontradas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barnabé, Marinalva. (1 997). As contribuições do discipulado para a mudança de comportamento social, emocional e psicológico do novo convertido. Dissertação de mestrado, Faculdade Teológica Batista de Brasília, Brasília.
Bloom, Benjamin 5., Engelhart, Max D., Furst, Edward J., Hill, Walker H. & Krathwohl, David R. (1973). Taxionomia dos objetivos educacionais: Compêndio primeiro: domínio cognitivo. Porto Alegre:Globo.
Cranton, Patricia (1994). Understanding and promoting transfoi-mative learning: A guide for educators of adults. San Francisco: Jossey-Bass Publishers.
Ford, Leroy. Planejamento do ensino e treinamento. Rio: JUERP, 1991

Fonte
http://www.ebdweb.com.br/ensino/adultos3.htm
(Adaptado de Ensino Dinâmico para adultos de Marinalva Barnabé. É Mestre em Educação Religiosa pela Faculdade Teológica Batista de Brasília-DF, onde também leciona.)

SALA DE AULA

História da Sra. Thompson e Teddy
Relata Sra. Thompson, que no seu primeiro dia de aula, parou em frente aos seus alunos da Quinta série primária e, como todos os demais professores, lhes disse que gostava de todos por igual.

No entanto, ela sabia que isso era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um garoto chamado Teddy. A professora havia observado que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheirando mal. Houve até momentos em que ela sentia prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.

Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações feitas em cada ano. A Sra. Thompson deixou a ficha de Teddy por último. Mas quando a leu foi grande sua surpresa.

A professora do primeiro ano escolar de Teddy havia anotado o seguinte: Teddy é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem e muito nítidos.Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.

A professora do segundo ano escreveu: Teddy é um aluno excelente e muito querido pelos seus colegas, mas tem estado preocupada com a mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida em seu lar deve estar muito difícil.

Da professora do terceiro ano constava a anotação seguinte: a morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Teddy. Ele procura fazer o melhor, mas seu pai não tem nenhum interesse e logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo. A professora do quarto ano escreveu: Teddy anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.

A Sra. Thompson se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada.Sentiu - se ainda pior quando lembrou dos presentes que os alunos lhe haviam dado, envoltos em papéis coloridos, exceto o de Teddy, que estava enrolado num papel marrom de supermercado.

Lembra - se de que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade. Apesar das piadas, ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco do perfume sobre a mão. Naquela ocasião Teddy ficou um pouco mais tempo na escola do que o de costume.

Lembrou - se ainda, que Teddy lhe disse que ela estava cheirosa como a mãe. Naquele dia, depois que todos se foram, a professora Thompson chorou por longo tempo.... Em seguida, decidiu- se a mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente a Teddy.

Com o passar do tempo ela notou que o garoto só melhorava, e quando mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano letivo, Teddy saiu como o melhor da classe. Um ano mais tarde a Sra. Thompson recebeu uma notícia em que Teddy lhe dizia que ela era a melhor professora que teve na vida.

Seis anos depois, recebeu outra carta de Teddy, contando que havia concluído o segundo grau e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera. As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Theodore Stoddard, seu antigo aluno, mais conhecido como Teddy.

Mas a história não terminou aqui. A Sra. Thompson recebeu outra carta, em que Teddy a convidava para seu casamento e noticiava a morte de seu pai. Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou de Teddy anos antes.

Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Teddy lhe disse ao ouvido: obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer diferença.

Mas ela, com os olhos banhados em pranto sussurrou baixinho: você está enganado! Foi você que me ensinou que eu podia fazer diferença, afinal eu não sabia ensinar até que o conheci.


DESTAQUE DO AUTOR DO BLOG - Essa história mostra a importância de se conhecer melhor os alunos que você tem em sua sala de aula. Deve ser essa a preocupação de todos os educadores.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PEDAGOGIA E DIDÁTICA

"a didática é uma disciplina técnica e que tem como objeto específico a técnica de ensino (direção técnica da aprendizagem)". "A Pedagogia é um campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em vista prepará-los para as tarefas da vida social".
http://pedagogiadidatica.blogspot.com/2008/07/o-que-didtica.html

FERRAMENTO COTIDIANA DO PROFESSOR

"A Didática é a ferramenta cotidiana do professor"
Jornal de Debate

MÉTODO DE ENSINO

A metodologia de ensino procura indicar caminhos para diferentes situações didática, conforme a tendência pedagógica adotada pelo educador ou instituição de ensino, de forma que o aluno se aproprie dos conhecimentos propostos e/ou apresente suas pesquisas e demais atividades pedagógicas. A prática pedagógica tem demonstrado que só acontecerão mudanças importantes na educação brasileira, à medida que o educador  tiver convicção profunda da importância da sua prática e uma nítida  opção acerca da sua ação pedagógico.

DIDÁTICA

A palavra didática vem da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se pode traduzir como arte ou técnica de ensinar. A didática é a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino, destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. A didática estuda os diferentes processos de ensino e aprendizagem.